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Três Lagoas,20/04/2024

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INFOGRÁFICO: Único acesso viável por terra da Venezuela a Essequibo passa por BR; invasão é improvável

Fonte: g1.globo.com
INFOGRÁFICO: Único acesso viável por terra da Venezuela a Essequibo passa por BR; invasão é improvável



Fronteira da Venezuela com a Guiana é formada por mata densa, mas estrada que sai de Boa Vista e que entra no território da Guiana por Bomfim (RR) é apontado com alternativa para passagem de veículos militares. O presidente Nicolás Maduro promulgou nesta quarta-feira (3) uma lei que cria uma província da Venezuela em Essequibo, que é um território internacionalmente reconhecido como sendo da Guiana.
Caso Maduro decida realizar uma ação militar para tomar Essequibo, a única ligação viável por terra passa pelo Brasil. Trata-se de uma rodovia que começa em Boa Vista, passa por Bomfim, entra no território da Guiana por meio da ponte sobre o Rio Tacutu e segue adentro pelo país vizinho. No Brasil, essa via leva o nome de BR-401.
A fronteira da Venezuela com a Guiana é formada por uma mata densa que impossibilita a passagem de veículos blindados e grandes tropas ao mesmo tempo.
Uma entrada de forças venezuelanas no território brasileiro, porém, é improvável.
Para Vitelio Brustolin, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o contingente das Forças Armadas brasileiras na região de Roraima, de cerca de 5 mil militares, é suficiente para dissuadir qualquer iniciativa de Maduro nesse sentido.
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"É suficiente [para evitar uma invasão], até porque seria temerário a Venezuela usar o território brasileiro de passagem", disse Brustolin em entrevista ao g1 em dezembro.
Na visão do pesquisador, a chance de qualquer investida da Venezuela contra a Guiana , de qualquer forma, é praticamente nula, e representaria o fim da carreira política de Nicolás Maduro.
"O que a Venezuela pode fazer: invadir o território com o risco de ter uma guerra com o Brasil. O que Maduro vai fazer? Bombardear a Guiana? O que os Estados Unidos querem é uma união mundial para tirar o Maduro do poder", analisa.
Entenda, no infográfico abaixo, como é a fronteira entre os três países:
Infográfico mostra como é a fronteira entre o Brasil e Essequibo, região da Guiana que a Venezuela quer anexar.
Editoria de Arte/g1
Metade dos 1,6 mil quilômetros de fronteira da Guiana com o Brasil estão na região de Essequibo, o território do país vizinho que o governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, quer anexar.
São cerca de 790 km que se estendem do Parque Nacional Monte Roraima até Oriximiná, no Pará, com uma geografia que, segundo especialistas, favorece o uso do território brasileiro como passagem em uma eventual ação militar venezuelana – uma manobra, entretanto, considerada improvável por eles.
Esses 790 km se estendem por 6 municípios de Roraima (5) e Pará (1), em que moram 141 mil brasileiros – 37 mil deles indígenas. A região abriga 6 Terras Indígenas. A maior delas é a Raposa Serra do Sol, com 1,7 milhão de hectares e 25.077 habitantes dos povos Ingarikó, Macuxi, Patamona, Taurepang e Wapichana (clique aqui para ver todas).
Venezuela x Guiana: qual o risco de uma guerra na fronteira
Essequibo brasileiro: parte do território já foi do Brasil
Em geral, esses municípios têm territórios grandes e núcleos urbanos pequenos (veja as populações aqui). Os de Bonfim – onde fica o principal cruzamento por terra entre Brasil e Guiana , e também entre a Venezuela e a Guiana –, Normandia e Uiramutã (a cidade mais indígena do Brasil) ficam a poucos quilômetros do país vizinho. Já o de Oriximiná, no Pará, está a 400 km.
Como é a fronteira do Brasil com o território na Guiana cobiçado pela Venezuela
A região tem como principais motores da economia o comércio entre as populações brasileira e guianense – Lethem, a cidade mais próxima, é considerado um paraíso de compras baratas para os moradores de Roraima –, o turismo – um dos principais destinos, o Monte Roraima, fica na região – e o garimpo ilegal.
"Aqui está tudo tranquilo, não tem movimentação nenhuma. O que há é só a preocupação do povo com a possibilidade de se fechar a fronteira", conta ao g1 em dezembro Joner Chagas (Republicanos), prefeito de Bonfim, cidade de 13,9 mil habitantes por onde passa a principal ligação por terra entre Brasil e Guiana.
O sentimento dos indígenas que vivem na borda do país é outro.
"Nossa comunidade está há 800, 1 mil metros da fronteira", contou na mesma época Lázaro Wapichana, líder indígena da região do Pium, que fica em Bonfim. "A gente se sente muito inseguro [com um possível conflito] porque eles não vão respeitar os povos indígenas e nem ninguém, porque uma guerra é uma guerra".
O Brasil possui 12 bases militares em Roraima – a maioria delas em Boa Vista, a cerca de 50 km da região de fronteira com Essequibo. Para ampliar a segurança no território brasileiro, Ministério da Defesa determinou, em dezembro, o envio de 28 veículos blindados e um contingente de até 150 militares.
Questionado se o efetivo mobilizado foi mantido e se os veículos continuam na região, o ministério não se manifetou até a última atualização desta reportagem.
Saiba mais sobre a fronteira:
Quais são as cidades e qual é a população delas?
Bonfim (RR) - 13.897 habitantes, 6.463 indígenas
Caracaraí (RR) - 20.957 habitantes, 1.273 indígenas
Caroebe (RR) - 10.656 habitantes, 810 indígenas
Normandia (RR) - 13.669 habitantes, 12.144 indígenas
Oriximiná (PA) - 68.294 habitantes, 3.805 indígenas
Uiramutã (RR) - 13.751 habitantes, 13.283 indígenas
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Quais são as terras indígenas existentes na região, e quais povos vivem nelas?
Raposa Serra do Sol: 25.077 habitantes dos povos Ingarikó, Macuxi, Patamona, Taurepang e Wapichana;
São Marcos: 9.033 (Macuxi, Taurepang e Wapichana);
Manoa/Pium: 2.576 (Macuxi e Wapichana);
Jacamim: 1.167 habitantes (Wapichana);
Waiwái: 500 habitantes (Waiwai);
Bom Jesus: 43 habitantes (Macuxi e Wapichana).
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Atrações turísticas
Monte Roraima, destino turístico na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela
Divulgação/Embratur
O turismo está entre as atividades econômicas que movimentam a região de Bonfim e Pacaraima. Há o temor de que, em caso de um conflito armado, as fronteiras sejam fechadas.
Visitantes dos países vizinhos e de outros estados têm o Monte Roraima, no norte do estado brasileiro – com acesso pela Venezuela– como um dos principais atrativos. Há também, na fronteira com Essequibo, fazenda com lago natural e pontos de vendas de açaí (do lado brasileiro, em Bonfim), e de outros produtos naturais típicos da região, como a de Moco Moco, na Guiana.
Além da vinda de estrangeiros ao Brasil, brasileiros também visitam Essequibo. Um dos locais visados é Lethem, cidade na Guiana que possui cachoeiras bastante buscadas por brasileiros.
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Garimpo ilegal
Assim como outras áreas de Roraima, a região próxima a Essequibo tem registros de garimpo ilegal.
Nessa área, o principal palco de exploração é a terra Indígena Raposa Serra do Sol, uma das maiores terras indígenas do país, segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Monitoramento feito em julho de 2023 identificou pontos de extração ilegal nas áreas de Água Fria, Igarapé do Trovão e Igarapé do Kai da TI Raposa Serra do Sol.
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Presença das Forças Armadas Brasileiras
Modelos dos blindados que reforçarão a fronteira
Exército Brasileiro/Divulgação
Para Vitelio Brustolin, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a chance de uma investida da Venezuela contra a Guiana é praticamente nula. Ele avalia que uma ação militar representaria o fim da carreira política de Nicolás Maduro.
Na hipótese remota de a Venezuela decidir atacar, haveria duas possibilidades: uma incursão por ar e água, com ataques aéreos e tropas invadindo a Guiana por navios; ou, então, por terra. E é aqui que entra o Brasil.
A fronteira da Venezuela com a Guiana é formada por uma mata densa que impossibilita a passagem de veículos blindados e grandes tropas ao mesmo tempo. A alternativa seria por estradas e só no Brasil há uma ligação assim com a Guiana.
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