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Três Lagoas,04/12/2024

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Milícias iraquianas entram na Síria para ajudar tropas do governo a combater rebeldes em Aleppo

Fonte: g1.globo.com
Milícias iraquianas entram na Síria para ajudar tropas do governo a combater rebeldes em Aleppo



Pelo menos 300 combatentes foram enviados para reforçar tropas sírias, segundo fontes de segurança iraquianas e sírias ouvidas por agências de notícias nesta segunda (2). Rebeldes fazem ofensiva em Aleppo, segunda maior cidade do país, e outras regiões. Rebeldes dirigem tanque na província de Aleppo, na Síria, em 29 de novembro de 2024
REUTERS/Mahmoud Hasano
Centenas de combatentes de milícias iraquianas apoiadas pelo Irã cruzaram para a Síria durante a última madrugada para ajudar o governo de Bashar al-Assad a combater os rebeldes que tomaram Aleppo na semana passada, disseram fontes sírias e iraquianas às agências de notícias Reuters e Associated Press nesta segunda-feira (2).
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Pelo menos 300 combatentes, principalmente dos grupos Badr e Nujabaa, cruzaram no final do domingo por uma estrada de terra para evitar a passagem oficial da fronteira, disseram duas fontes de segurança iraquianas. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) reportou cerca de 200 milicianos do Iraque cruzaram a fronteira em picapes. O chefe das Forças de Mobilização Popular iraquiana, Faleh al-Fayyad, negou a entrada de combatentes na Síria.
A Síria está em guerra civil desde 2011, mas estava estagnada até a mais recente ofensiva relâmpago dos rebeldes. Al-Assad prometeu o uso da força contra os rebeldes, consideradas "terroristas" pelo presidente sírio. (Leia mais abaixo)
"Esses são reforços enviados para ajudar nossos camaradas na linha de frente no norte", disse uma fonte militar síria à Reuters, acrescentando que os combatentes cruzaram em pequenos grupos para evitar ataques aéreos.
A rede de milícias regionais aliadas do Irã tem sido crucial para o sucesso das forças pró-governo em subjugar os rebeldes que se levantaram contra o presidente Bashar al-Assad em 2011, mantendo bases na Síria há anos.
Quem são os rebeldes que assumiram controle de Aleppo em meio a bombardeios russos
O Exército sírio está combatendo os rebeldes em três regiões: em Aleppo e perto das cidades de Hamã e Idlib. Tropas do governo construíram uma linha defensiva fortificada no norte de Hamã para conter os avanços, enquanto caças bombardeiam posições controladas pelos adversários. Os rebeldes afirmam que conseguiram avanços em Aleppo, negados pelo governo, e que controlam sete regiões. Além disso, também dizem ter obtido o controle total do aeroporto militar de al-Nayrab, perto do aeroporto internacional de Aleppo, ao leste da cidade.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou nesta segunda-feira que o exército sírio é capaz de enfrentar os rebeldes, mas, referindo-se às milícias apoiadas por Teerã, acrescentou que "os grupos de resistência ajudarão, e o Irã fornecerá qualquer apoio necessário".
O Exército sírio também está recebendo ajuda de tropas russas, que intensificaram ataques nesta segunda-feira em áreas controladas por rebeldes no noroeste, segundo moradores e equipes de resgate. Segundo um comunicado do Exército da Síria desta segunda, mais de 400 rebeldes foram mortos nas últimas 24 horas por tropas sírias com a ajuda dos russos.
O líder da oposição na Síria, Hadi al-Bahri, disse que os rebeldes não pararão de lutar até que Bashar al-Assad se comprometa com o processo da ONU e uma transição de poder. "Estamos prontos para começar a negociar amanhã", afirmou al-Bahri.
O Kremlin disse que o governo da Síria terá todo o apoio que precisar contra os rebeldes. O Irã também ecoou o apoio, em uma ligação entre os presidentes iraniano e sírio nesta segunda. Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, pediu a abertura de um canal de comunicação entre o governo e a oposição sírios e uma reconciliação.
Presidente da Síria promete uso de força contra 'terrorismo'
Os rebeldes se opõem ao governo de Bashar al Assad, que está no poder desde o ano 2000
Getty Images
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, prometeu que recorrerá à força para eliminar "o terrorismo", informou um meio de comunicação oficial obtido pela agência de notícias France Press (AFP).
"O terrorismo só entende a linguagem da força, e é com esta linguagem que vamos acabar com ele e eliminá-lo, quaisquer que sejam seus apoiadores e promotores", disse Assad, citado pela agência de notícias oficial Sana, em declarações durante uma chamada telefônica com uma autoridade da Abkhazia, uma região separatista pró-russa da Geórgia.
As forças rebeldes na Síria assumiram o controle da "maioria" do território de Aleppo no sábado (30), de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR).
A ocupação da segunda maior cidade do país marca a primeira vez que os rebeldes que combatem as forças do presidente Bashar al-Assad chegam a Aleppo desde que foram expulsos pelo exército em 2016, segundo a BBC.
A insurgência, liderada pelo grupo jihadista salafista Hayat Tahrir al-Sham e que inclui combatentes apoiados pela Turquia, lançou sua ofensiva na quarta-feira (27) com um ataque duplo em Aleppo e no interior de Idlib, antes de se mover em direção à província de Hamah.
Em um comunicado, as forças militares do presidente afirmaram que as suas tropas se retiraram temporariamente de Aleppo "para preparar uma contra-ofensiva".
Unidades do exército sírio reforçaram suas linhas defensivas durante a noite com armas, pessoal e equipamento adicionais, combatendo ataques de organizações terroristas, de acordo com uma fonte militar da agência de notícias Reuters.
A batalha de 2016 por Aleppo foi um ponto de virada no conflito entre as forças do governo sírio e os combatentes rebeldes, depois que os protestos de 2011 contra o governo de Assad se transformaram em uma guerra, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
A batalha de Aleppo garantiu o controle de Assad em áreas estratégicas da Síria, com facções da oposição e seus apoiadores estrangeiros controlando áreas na periferia.
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