Argentina divulga 1.850 documentos sobre fugitivos nazistas que viveram no país

Os documentos foram publicados no site do Arquivo Geral da Nação (AGN). Entre os citados nos documentos está o médico nazista Josef Mengele, conhecido como o "Anjo da Morte". Argentina libera informações sobre fugitivos nazistas
A Argentina divulgou mais de 1.850 documentos sobre fugitivos nazistas que chegaram ao país após a Segunda Guerra Mundial.
Entre os fugitivos citados nos documentos está o "Anjo da Morte", Josef Mengele, um médico e oficial da SS, a Schutzstaffel —o esquadrão de proteção do nazismo - que realizou experimentos sádicos com judeus e ciganos no campo de concentração de Auschwitz, e participou da seleção de milhares de prisioneiros para sua execução nas câmaras de gás.
Também são citados Walter Kutschmann, oficial da SS, Adolf Eichmann, considerado o arquiteto do holocausto, Gustav Franz Wagner, comandante do campo de concentração de Sobibor, entre outros.
Mengele e Wagner viveram e morreram no Brasil. O "Anjo da Morte" morou por 18 anos em Bertioga, no litoral de São Paulo, onde morreu afogado. Já Wagner, conhecido como "Besta de Sobibor", foi encontrado morto a facadas em Atibaia, cidade a cerca de 50 km de distância da capital paulista.
Josef Mengele, o "Anjo da Morte" nazista
Reprodução
Os documentos estão agrupados em sete compilados e foram publicados no site do Arquivo Geral da Nação (AGN). O sigilo em si já havia caído na década 90, por causa da lei 232 de 1992, mas os arquivos ainda não tinham sido digitalizados.
"Esses registros são resultados de investigações conduzidas pela Diretoria de Relações Exteriores da Polícia Federal, pela Secretaria de Inteligência do Estado (SIDE) e pela Gendarmaria Nacional entre as décadas de 1950 e 1980", diz a página do arquivo nacional argentino.
'Anjo da Morte' viveu e morreu no Brasil
Uma das razões pelas quais Mengele é conhecido como Anjo da Morte é a sua atuação na seleção de milhares de prisioneiros que seriam executados nas câmaras de gás em campos de concentração.
Mengele conseguiu escapar da justiça ao final da Segunda Guerra Mundial e chegou à Argentina em 20 de junho de 1949, com um passaporte emitido pela Cruz Vermelha Internacional sob o nome de Helmut Gregor.
Em 1961, Mengele se instalou no Brasil. Ele viveu em Bertioga, no litoral paulista, onde morreu afogado em 7 de fevereiro de 1979. Foi enterrado como Wolfgang Gerhard no cemitério de Embu.
Em 1985, perícias identificaram que o esqueleto era de Mengele. Em 1992, a identidade do nazista foi confirmada por um teste de DNA que comparou amostras dos restos do médico alemão com os do filho Rolf.
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